A Beleza Estonteante do Povo Himba na África!

Fotografia Smadar Bergman

Fotografia Smadar Bergman

A Beleza Estonteante do Povo Himba na África!

Redação Le Afrique Brazil

A incrível beleza da pele avermelhada da Namíbia na África. Considerados como o povo mais bonito da África. Os Himba são um povo consagrado pelo fogo. A beleza é apenas uma marca do registro ancestral deste povo. Que traz na sua própria essência o significado simbólico, unindo a cor vermelha da terra e do sangue, que é o símbolo da vida. Os Himba vivem no Norte da Namíbia e na região de Kunene, em Angola. Confesso que estar fazendo esta rota aqui é de fato encontrar a ancestralidade africana viva e permanente nas tradições do povo Himba. O que pode ser até um pouco comum nos deparar, com alguns povos que mantêm viva as tradições passadas pelos seus antepassados. Uma das coisas mais belas que eu pude ver e presenciar entre eles. Se o céu na África é vermelho, e a terra. Os Himbas são uma mistura de beleza, ancestralidade, e sangue. Tudo em uma única conexão particular dentro do sagrado ancestral que rege este povo.

Fotografia Smadar Bergman

Os Himba e um mundo à parte

Quando se fala da África conseguimos enxergar um mundo paralelo cheio de mistérios, encantos, lendas, e uma certa magia que circula perfeitamente no ar. A África é um berço misterioso, onde a vida nem sempre é aquela que estamos costumados a viver. A realidade aqui é meio mágica, fora da nossa realidade do dia a dia. E neste lugar não poderia ser diferente, o povo por si só, já traz este encanto e mistério. Busquei através do guia algumas informações que despertam muita curiosidade sobre eles. O tom vermelho, a pele, as mulheres, que através do olhar conseguem transmitir muita coragem, força, e magia. Magia, sim! Cada lugar na África tem esta energia, uma força que meio, nos deixa ciente da sua existência, ou seja, aqui o sobrenatural é evidente. Não chega a nos trazer medo, mais uma condição verdadeira da sua existência, pois viver a vida de certa forma e viver o mistério conectado ao sobrenatural.

Fotografia Riccardo Parretti

O Povo Vermelho

Para saber mais sobre eles e o porquê da cor vermelha, o guia em um breve resumo me conta, um pouco sobre a tradição. Umas das característica mais conhecida do povo é a cor vermelha, ou seja, o tom avermelhado da pele e dos cabelos. Ele nos conta que; chama-se “Otjize”, que é uma pasta de manteiga, uma gordura ocre vermelho que eles perfumam com uma resina aromática. As mulheres aplicam duas vezes ao dia nas tranças e no corpo. Eu achei genial, e percebo que a mistura mais parece um cosmético. Ele ainda, diz: que o uso do “Otjize”, também é a diferenciação entre homens e mulheres, já que eles não aplicam a pasta. Além de que a mistura também serve para proteger a pele do sol e repelir dos insetos. Quando chegamos a primeira coisa, que ouvimos foi que existe um significado quase que simbólico para a cor vermelha. Para eles a cor vermelha vem da terra, do sangue, que é o símbolo da vida em conexão com os seus ancestrais.

O Fogo Ancestral

O principal elemento de conexão com o sagrado. O mundo espiritual é uma realidade, para aqueles que sabem que depois da vida física, o corpo ganha o sopro da vida espiritual. Aqui existe dois mundos, num só. O que para mim já é uma prova de que tudo neste mundo existe. Para os Himba o fogo é sagrado, ou seja o “okuruwo”. Para eles esse fogo representa os ancestrais da aldeia, que por sua vez são considerados os intermediários para o contato com o “Mukuru”, o deus Himba. O que mais me impressionou foi que o fogo é mantido permanentemente aceso, o fogo também fica entre o gado e a casa do chefe da aldeia que se chama de “Ondjuwo Onene”. Dizem; que a sua localização não permite que as pessoas andem tranquilamente, elas não podem cruzar o caminho entre o fogo e a casa do chefe. Lá toda as noites, existe um rito onde é trazida uma brasa do fogo pra dentro da casa do chefe, que no dia seguinte servirá pra acender novamente as chamas do fogo sagrado.

Fotografia Smadar Bergman

As mulheres Himba

Elas são lindas e fortes, uma beleza quase que enigmática. Eu tenho certeza absoluta que este lugar é um dos mais incríveis que eu já pisei os meus pés. Eu pude vivenciar por algumas horas momentos de absoluta sabedoria ancestral carregada de muita intuição da criação feminina. A experiência também me fez rever a minha própria história de vida. O meu olhar nas minhas viagens pelo Continente africano, é mais pessoal. Porque através dele eu consigo trazer um outro olhar dentro desta rota turística na África. Não tem como não compartilhar as minhas sensações e o que eu vivi nesses lugares. O meu roteiro turístico me traz mudanças interiores, como as exteriores para quem lê as minhas matérias. E um desses momentos em particular, eu pude ver através das mulheres Himba. Uma história de vida marcada por uma tradição ancestral mesmo antes de chegar ao mundo. Assim que nascem as meninas Himba já tem, um escolhido para ser o seu marido. O casamento acontece entre as idades de 13 aos 17. Elas também são circuncidadas antes de atingir a puberdade, esse ato deixa-as prontas para o casamento. Elas vivem cercada de sinais no corpo que indicam a sua fase de vida. A puberdade é uma delas, as meninas usam apenas duas tranças de cabelo. Após essa fase, elas estão autorizadas a fazer mais tranças e a usar o “Erembe”, uma coroa feita de couro de vaca ou cabra. A vida das mulheres Himba é muito mais do que eu imaginei durante todo o tempo em que eu estava ali, admirando cada uma delas. Quando eu disse; que elas são força, eu estava apenas destacando uma das funções delas na tribo. As mulheres ordenham o gado, antes dos jovens da aldeia levá-los para pastar. Elas também são responsáveis pela construção das casas e por levar água para a aldeia. Aliás quem nos recebeu na aldeia foram as mulheres. Os homens estavam fora com os animais em busca de água para eles. A viagem foi cheia de muitas surpresas, apesar do povo Himba estar longe da civilização o contato é constante. Devido ao turismo que abre muitas oportunidades para eles em todos os sentidos. Viajar na Namíbia é conhecer e reconhecer a existência de uma África cada vez mais presente nas nossas raízes ancestrais. E a mulher Himba é este elo em constante conexão com este misterioso universo da qual nós fazemos parte. A minha viagem continua em mais uma rota pelos países do Continente africano, em busca de novas histórias para contar. Até a próxima edição!     

 

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